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segunda-feira, 12 de julho de 2010


CHAMADOS A CARREGAR A CRUZ: “Vem e segue-me” (Mt 9,9)

A pessoa humana é um mistério. A vocação é um mistério, é um dom de Deus, pois Ele nos conhece melhor do que nós mesmos. Deus nos cria, ama, compreende, chama e conduz gratuitamente. Nos qualifica, capacita, aceita do jeito que somos, além disso nos dá dons e talentos para nos tornarmos dignos de seu projeto.
A vocação é fruto que brota da “Igreja Doméstica”, da Família que é a base da vida. Mas, para perseverar na vocação é preciso ter motivação. (Ex: Discípulos de Emaús. Lc 24, 13-35). Os discípulos estavam tristes, com medo, insegurança, mas Jesus motiva-os, dando novo ânimo, reavivando as suas vidas para seguir com coragem e fé o projeto ao qual são chamados a viver. Cada um de nós é chamado a fazer a caminhada dos discípulos de Emaús. Quem caminha com Jesus, não tem medo, mas confiança. Pois, “tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4, 13).
O chamado que Deus faz a todas as pessoas deve ser respondido e centrado na pessoa de Jesus Cristo, sendo vivenciado na fé e nas obras de caridade. Neste sentido, somos chamados a ficar “com os olhos fixos em Jesus” (Hb 12, 2), o qual é a rocha firme que jamais deixará ser abalado, nenhuma tempestade o derrubará.
A resposta ao chamado de seguir Jesus e a carregar a cruz deve ser vivenciado no amor e na generosa entrega total da vida a Deus. Quem coloca Deus no centro da vida consegue viver na justiça, na fraternidade e amar como Jesus amou a humanidade. A única coisa que Deus quer de nós é que vivamos o amor. “Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14, 21). Amor não é sentimento, mas é gesto concreto, eterno, indissolúvel, infinito, que parte da expressão para a prática. O amor é o que dá gosto, sabor, tempero para a vida.
O seguimento de Jesus exige fé, adesão e amor. Um exemplo concreto do seguimento é a vocação de Pedro (primeiro Papa). Pedro se conscientizou de ser discípulo somente depois que negou Jesus Cristo por três vezes. Os discípulos quando escutaram o chamado: “Vem e segue-me” (Mt 9,9), confiaram no apelo do Mestre. Por isso que Jesus fez a prova de amor a Pedro quando questionou também por três vezes se ele o amava. “Pedro, tu me amas?” (Jo 21, 15). Esse questionamento desafiou Pedro e continua desafiando toda a humanidade a dar uma resposta sincera ao projeto que Deus tem para nossa vida, sendo assim verdadeiros cristãos, discípulos/missionários de Jesus Cristo.
A medida de nossas ações é o amor, este por sua vez não se cobra, simplesmente se dá gratuitamente, é o Amor-Doação. É o amor com o qual Jesus se entregou na cruz para nos salvar. Para estar com Deus é necessário passar pelo sofrimento da cruz. Amor este que Jesus exige ser praticado também aos nossos inimigos. “Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem” (Mt 5, 44). Que lição evangélica Jesus nos dá no momento da cruz e diante daqueles que o rejeitaram e o blasfemaram no caminho para o calvário. Eis a atitude redentora de Jesus: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34).
A cruz é um instrumento de salvação e não de condenação. Cada um de nós é chamado a transformar a cruz em luz. A cruz nunca nos abandonará durante a vida, mas como iremos assumi-la, eis a questão: Será que a cruz irá me derrubar ou me erguer? O sofrimento da cruz será a prova da vitória. Todos nós passamos pelo calvário, pelo sofrimento da cruz para alcançar o reino do céu. A cruz tem uma missão em nossa vida, é um degrau da escada que nos aproxima de Deus. Sem sofrimento não há redenção.
Tenhamos a certeza de que Deus nos chama a carregar a cruz porque tem uma missão para cada um de nós; ama porque nos aceita do jeito que somos, com defeitos e qualidades; nos conduz porque acredita no nosso potencial, inteligência e Fé; e jamais nos abandona porque Deus é Amor.

Por Valdecir

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