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domingo, 26 de agosto de 2012

VOCAÇÃO LEIGA

“Os fiéis leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja: por eles, a Igreja é o princípio vital da sociedade. Por isso, eles, sobretudo, devem ter uma consciência cada vez mais clara, não somente de que pertencem à Igreja, mas de serem Igreja, isto é, comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e dos bispos em comunhão com ele. Eles são Igreja.”
(Pio XII, discurso de 20 de fevereiro de 1946)

Estamos encerrando o mês vocacional, e neste último domingo fazemos lembrança da vocação leiga, um presente para a Igreja.
Infelizmente, cometemos muitas vezes um falso julgamento, quando escutamos a palavra “leigo” na Igreja, pois,  logo pensamos em uma pessoa que não possui domínio sobre um determinado assunto. Porém, tratando-se da vocação leiga na Igreja, referimo-nos ao grupo de todos os cristãos que não receberam o sacramento do ministério ordenado (clérigos), ou que não professaram os conselhos evangélicos publicamente (religiosos), ou seja, cristão leigo são todos os fiéis que pelo Batismo foram incorporados a Cristo, constituindo assim o povo de Deus e, a seu modo, participam da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, exercendo sua missão de cristão na Igreja e no mundo.

O documento Lumen Gentium do Concílio Vaticano II afirma: “O supremo e eterno sacerdote Cristo Jesus, querendo também por meio dos leigos continuar o Seu testemunho e serviço, vivifica-o pelo Seu Espírito e sem cessar os incita a toda a obra boa e perfeita. E assim, àqueles que Intimamente associou à própria vida e missão, concedeu também participação no seu múnus sacerdotal, a fim de que exerçam um culto espiritual, para glória de Deus e salvação dos homens. Por esta razão, os leigos, enquanto consagrados a Cristo e ungidos no Espírito Santo, têm uma vocação admirável e são instruídos para que os frutos do Espírito se multipliquem neles cada vez mais abundantemente. Pois todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornam em outros tantos sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cfr. 1 Ped. 2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da Eucaristia. E deste modo, os leigos, agindo em toda a parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo.” (LG 34)

O cristão leigo tem, por vocação e graça, o desafio de descobrir e inventar meios para impregnar as realidades sociais, políticas, e econômicas com as exigências da doutrina e da vida cristã, sendo presença viva da Igreja no dia a dia da sociedade.

Percebemos, também, que existe a necessidade de uma mudança de visão e atitude, principalmente por parte dos cristãos, quanto ao papel dos leigos nas comunidades, pois não são meramente coadjuvantes, mas protagonistas de uma Igreja viva no mundo; dessa forma, o Catecismo da Igreja Católica afirma: “Como todos os fiéis, (os leigos) são por Deus encarregados do apostolado, em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm o dever e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra. Este dever é ainda mais urgente quando só por eles podem os homens receber o Evangelho e conhecer Cristo. Nas comunidades eclesiais, a sua ação é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, a maior parte das vezes, alcançar pleno efeito.”(CIC 900)

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